No final do semestre 2023.1, alunos da disciplina “Elementos de Economia” do curso de sistemas de informação receberam o desafio de analisar a realidade socioeconômica da cidade de Campina Grande. O grupo precisou fazer conexões com categorias analíticas da ciência econômica e da realidade local, a partir da problematização apresentada a respeito da crise da empresa Braiscompany, crise do momento pós-covid, entre outros desafios estruturais. Neste caso, em particular, era necessário levantar e organizar dados e informações atualizadas sobre a economia, bem como outros indicadores da realidade local.
No último dia 31 de maio, durante o encerramento da disciplina, os alunos apresentaram duas propostas como uma espécie de contributo para a cidade. “Solta a Voz: Avança Campina”, é o nome da primeira plataforma, que busca reivindicar o atendimento de demandas da população relacionadas a infra-estrutura local; a segunda proposta, chamada de “InvisTaCG” simula o desenvolvimento de uma plataforma digital com informações relacionadas à economia, condições infra-estruturais e o empreendedorismo, oferecendo informações relevantes e atualizadas, tais como: análises econômicas sobre a cidade, incluindo os principais setores (agropecuária, indústria, comércio e serviços); dados sobre o mercado de trabalho; indicadores financeiros; entrevistas com empresários locais e especialistas em economia; artigos sobre empreendedorismo; inovação; negócios e investimentos na cidade.
No momento também esteve presente o professor e Presidente Regional da Associação dos Gestores da Caixa Econômica Federal, Sandro Brito. O convidado trouxe uma reflexão sobre os impactos da crise da Braiscompany e outros desafios econômicos para a cidade de Campina Grande. Para o professor a promessa de um ganho financeiro ao redor de 8% ao mês, sobre o suposto aluguel de criptoativos, é irreal, conforme os padrões usuais do mercado. “Quando pediam minha opinião sempre alertei, tratava-se, pois, de mais uma daquelas pirâmides financeiras”, afirmou. Ainda de acordo com Sandro Brito, se no início da década de 1980 a economia local foi arrasada pelo bicudo-do-algodoeiro, uma praga que dizimou as lavouras de algodão, recentemente, após a crise global pós-covid-19, uma nova praga parece ter arrasado com a economia campinense: a Braiscompany, cujo prejuízo estimado foi na ordem de R$ 258,2 milhões.
“De fato, em curto prazo não sentimos os efeitos na cadeia de consumo local, contudo, a médio e longo prazo alguns setores produtivos, a exemplo da construção civil, setor que movimenta a economia local na geração de emprego e renda, tendem a sentir os efeitos.”, considerou o professor. Sandro ainda elogiou os projetos apresentados na disciplina, já que tratavam-se de uma proposta original e de grande contribuição para a cidade.
A professora da disciplina, Elenilze Diniz, considerou o resultado da aprendizagem bastante positiva, já que as propostas desenvolvidas serão transformadas em projetos de pesquisa no Núcleo de Pesquisa e Extensão (NUPEX) da Unifacisa. “Participar deste projeto nos traz benefícios tanto pessoais quanto profissionais. Nossos alunos aprimoram as habilidades técnicas, aprofundam o entendimento sobre os fundamentos econômicos e aprendem a trabalhar em equipe de forma eficiente. Além disso, contribuem para o desenvolvimento econômico da nossa cidade aplicando conhecimentos de forma prática e significativa.”, frisou.