Progresso, desenvolvimento, crescimento, upgrade. Essas são algumas das palavras que podem definir a evolução do Parque do Povo (PP), local onde ocorrem os festejos do Maior São João do Mundo, em Campina Grande/PB. Em 2023, a festa comemora 40 anos de história, cultura, tradição e muita evolução. Entre tantas mudanças, uma possui grande destaque: a estrutura do palco e a estrutura cenográfica que, anualmente, encantam milhares de visitantes e turistas vindos de todo o Brasil. Ao longo dos anos, o espaço passou por muitas mudanças e momentos que estão gravados na memória da cidade.
Fundado em 1983, com o intuito de deixar os festejos de São João no centro da cidade, o Parque do Povo foi construído para se chamar de “Forródromo” em referência aos Sambódromos do Rio Janeiro e São Paulo. Os registros oficiais, dados pela Prefeitura Municipal de Campina Grande, confirmam que os shows oficiais, com grandes atrações, começaram em 1985, após o lançamento da música oficial da festa: “A Capital do Forró”, do artista local Capilé.
Assim, após 39 edições, o Maior São João do Mundo chega a 40° edição com modernidade na sua infraestrutura, mas sem perder a tradicionalidade que sempre busca remeter à evolução histórica e urbana da cidade de Campina Grande. Dessa maneira, é possível ver todos os anos, na cenografia do PP, estruturas que lembram as configurações das ruas da cidade nos anos 30 e 40. O professor do curso de arquitetura e urbanismo da Unifacisa, Eduardo Lucas, explicou quais são os espaços alusivos às ruas da cidade presentes no PP. Segundo ele, “entre os anos 1935 e 1945, a cidade passa por uma reforma que transforma sua estrutura urbana. Dentre as ações estruturantes podemos destacar a extensão da Av. Floriano Peixoto e reconfiguração das ruas Maciel Pinheiro e Venâncio Neiva. A intenção foi trazer ares de modernidade e "embelezamento", na busca de tornar Campina Grande ‘à altura’ da sua importância comercial que se apresentava na região à época. E, como tendência de leitura estética no período, o art déco é a linguagem formal e plástica adotada nos principais edifícios públicos e privados naquele momento. Certamente que esse art déco chega aqui com cores vivas e linhas geométricas.”, historiou.
Deste modo, “quando vemos as fachadas representadas no Parque do Povo, com platibandas dotadas de desenhos geométricos e cores vivas, estamos sendo conduzidos para esse momento específico da cidade, na intenção de valorizar uma importante fase de desenvolvimento, crescimento e modernização de Campina Grande.”, destacou o arquiteto. O professor do curso de engenharia civil da instituição, Fábio Remy, completa que “a estrutura está diretamente ligada ao resgate da história de Campina Grande, sobretudo na própria pirâmide do PP que tem como partido uma fogueira em estrutura de concreto armado que remete aos primórdios do São João. Já a cidade cenográfica, é colocada através da estrutura mista de madeira e partes metálicas da Igreja cenográfica a Catedral de Nossa Senhora da Conceição, o Cassino Eldorado, a recriação da Vila Nova da Rainha, denominação oficial de Campina Grande na época de sua fundação, em 1790, e claro a réplica da fogueira de 20 metros de altura, que ornamenta e embeleza o Maior São João do Mundo.”, destacou.
Toda essa estrutura frisada pelos professores é montada todos os anos no PP sempre com alguma coisa diferente, seja nas cores ou no formato das estruturas. Neste ano, o que vem impressionando o público é a nova configuração presente no local. Para o professor Eduardo, o maior destaque da edição de 2023 é “a organização funcional proposta pelo novo layout do PP. No projeto atual, os espaços foram pensados à proporcionar as melhores possibilidades de fluxos, mobilidade e acessibilidade. Além disso, as perspectivas alcançadas pela amplitude dos espaços propostos valorizam a representação cenográfica de ícones da arquitetura produzidos em vários momentos e épocas da cidade.”, disse.
Já o professor Fábio acredita que a estrutura desse ano superou as expectativas, “devido às inovações implementadas, pois modernizaram o layout, o fluxo interno dos visitantes, a segurança com a colocação de nove entradas e áreas de fuga, bem como uma maior preocupação com o bem-estar e conforto das pessoas. Outro aspecto importante é a preocupação com o espaço interno, pois com as mudanças que foram realizadas no layout do PP irá comportar nos momentos de pico com mais de 50 mil pessoas, com conforto e acessibilidade, o que motiva os turistas e a população como um todo a frequentarem esse importante ambiente festivo e turístico.”, listou.
Por fim, os docentes ainda avaliaram que “as modificações na área norte do PP deixaram o ambiente mais espaçoso e versátil, podendo acomodar o camarote, os quiosques e a área de shows com maior segurança, bem como o maior palco de todas a versões, com 41 metros de extensão e 27 metros de altura, que é uma atração à parte. Outro aspecto é a área sul do PP, onde fica a cidade cenográfica, o palco da cultura, os restaurantes e outros equipamentos, que sofreram mudanças significativas, sobretudo com a transferência da fogueira cenográfica para próximo da pirâmide, liberando espaço no centro da cidade cenográfica e mudando o cenário desse ambiente.”, concluiu Fábio. “As estruturas utilizadas possibilitam maior produtividade, o que acarreta menor tempo de execução e maior controle no processo de montagem. Outro ponto diz respeito aos encaixes dos módulos que são mais precisos e, portanto, diminui, consideravelmente, as possibilidades de ruptura nas emendas. Nesse ponto, há um aumento considerável na segurança: tanto durante a montagem quanto para os usuários nos dias da festa.”, encerrou Eduardo em concordância com os equipamentos técnicos utilizados no local.
Por André Bojim - Assessoria de Imprensa Unifacisa