A professora relatou também sobre a importância de não exceder na automedicação e os riscos que essa ação pode trazer para a saúde da população
Segundo dados levantados pelo Ministério da Saúde, o número de brasileiros que desenvolveram sintomas relacionados à gripe ou ao resfriado aumentou durante o período do inverno de 2022. Neste contexto, é comum que as pessoas busquem a automedicação com o intuito de aliviar os sintomas trazidos por estas enfermidades. Entretanto, mesmo procurando soluções rápidas, é importante frisar a importância do diagnóstico médico, em casos de sintomas persistentes, e do papel fundamental dos farmacêuticos que podem fornecer informações sobre a posologia adequada, efeitos colaterais, contraindicações e esclarecer dúvidas sobre medicamentos de venda livre, auxiliando no uso correto dos medicamentos e na prática do autocuidado.
Com a inevitabilidade do aumento nos casos de gripes e resfriados, torna-se essencial entender como evitar o desenvolvimento desses sintomas, bem como as maneiras de não aumentar suas propagações. Segundo a professora do curso de farmácia da Unifacisa, Thamara Rodrigues de Melo, a gripe e os resfriados são transmitidos, principalmente, através do contato com a saliva ou o muco de pessoas infectadas. “A prevenção acontece com a adoção de hábitos simples: evitar mudanças bruscas de temperatura; lavagem com frequência das mãos ou uso de álcool; não compartilhar objetos pessoais; evitar tocar os olhos, boca e nariz; uma alimentação balanceada; prática de exercícios e o uso de máscara.”, disse. Outra atitude extremamente importante que pode e deve ser tomada é “a atenção para que todos tomem as vacinas disponibilizadas nos postos de saúde. Esses imunizantes têm a função de reduzir a carga da doença, prevenindo hospitalizações, mortes e consultas ambulatoriais, além de reduzir a sobrecarga sobre os serviços de saúde.”, destacou a farmacêutica.
Em caso de aparecimento dos sintomas gripais, a docente explicou que alguns tratamentos farmacológicos comuns podem ser iniciados sem prescrição médica e que estes tratamentos, muitas vezes, estão focados no alívio destas manifestações enquanto o organismo combate o vírus. Assim, “medicamentos isentos de prescrição (MIPs), como alguns tipos de analgésicos para alívio de dores no corpo e febre podem ser iniciados.”, relatou. Como auxílio para parte do tratamento não medicamentoso, recomenda-se “a lavagem nasal com soro fisiológico que tem um papel estratégico. A ação provoca um efeito de descongestionamento ao ajudar na desobstrução das vias aéreas. O método também auxilia aqueles que sofrem de rinite alérgica e sinusite. Além da importância do repouso relativo e aumento da ingestão hídrica que também auxiliam no tratamento.”, recomendou.
Contudo, segundo Thamara, apesar dos MIPs não necessitarem de receita para serem comprados, é preciso estar bastante atento ao uso destes medicamentos. Por serem de fácil acesso ao consumidor, o uso excessivo destes fármacos abrem espaço para os perigos da automedicação. “A utilização incorreta de medicamentos pode apresentar diversos riscos como o mascaramento de condições de saúde subjacentes mais graves. Além disso, doses inadequadas e o uso prolongado podem causar efeitos colaterais indesejados, agravos à saúde e, em alguns casos, a morte.”, advertiu a profissional. O surgimento de novos sintomas após o início de algum tratamento farmacológico “pode ser um alerta de que o tratamento atual não está sendo eficaz ou que existe uma condição subjacente mais complexa. Nesses casos, é importante procurar atendimento médico para uma avaliação, diagnóstico e tratamento adequado, se necessário.”, reforçou.
Por fim, Thamara frisou que “é fundamental conscientizar o público sobre os riscos da automedicação e que a orientação do farmacêutico deve ser sempre buscada antes do início de algum tratamento. Cada indivíduo é único e pode ter particularidades de saúde que exigem uma abordagem personalizada. Além disso, a orientação médica também deve ser buscada para uma avaliação adequada e prescrição dos medicamentos necessários. A segurança e o bem-estar de todos são promovidos quando há um cuidado responsável e um diálogo aberto com os profissionais de saúde.”, concluiu.
Por André Bojim - Assessoria de Imprensa Unifacisa